Recentemente, durante as pesquisas para a próxima viagem que vamos fazer, me deparei com um termo que desconhecia e um universo novo e interessantíssimo dentro da gastronomia: a MIXOLOGIA.

Bem, conceituando de uma forma simples, podemos dizer que a mixologia é o estudo da combinação dos ingredientes necessários para criar um bom drink. Nesse processo é preciso estar atento aos sabores, aromas e texturas e às técnicas de combinações químicas dos componentes, sempre em busca do equilíbrio entre eles e respeitando a variação de álcool que cada coquetel deve conter.

Quando eu entendi esse conceito ficou tudo muito claro para mim: isso é alquimia pura e os mixologistas nada mais são do que verdadeiros alquimistas da atualidade!!!

O objetivo primordial da mixologia é proporcionar uma experiência sensorial única e, por isso, o profissional da área, que é o mixologista, precisa ter um conhecimento mais aprofundado sobre os tipos de bebidas e ingredientes, suas composições e harmonização, entender o perfil e os gostos do público consumidor e estar sempre se atualizando quanto a novas técnicas, criando, testando e utilizando, inclusive, combinações inusitadas.

O mixologista é a evolução do barman clássico (aquele tipo elegante que fica atrás do balcão de um bar ou restaurante, preparando e servindo drinks), cujo profissional saiu da sua zona de conforto e foi atrás de mais qualificação e inovação.

O bartender, por sua vez, vem a ser um showman nato, que agrega habilidades à imagem tradicional do barman. Ele utiliza técnicas circenses, como malabarismo, acrobacia, pirofagia e até mágica na hora de fazer e servir bebidas. Geralmente atua em bares, boates, shows e eventos privados (como casamentos, formaturas, etc).

Historicamente falando, não se sabe ao certo quando os drinks foram inventados, porém se tem notícia que misturar bebida alcoólica com outros líquidos é algo feito desde a Grécia Antiga. O primeiro livro sobre o tema foi publicado em 1862 (The Bartender’s Guide: How To Mix Drinks ou The Bon Vivant’s Companion), escrito por um americano chamado Jerry Thomas.
- Jerry Thomas: o pai da coquetelaria
A popularização desse tipo de bebida, no entanto, curiosamente tem relação com a instauração da famosa Lei Seca nos EUA, na década de 20, já que beber coquetéis era uma das formas de burlar a rígida lei que proibia a venda de bebidas, pois as misturas mascaravam a apresentação do alcool e suavizavam os sabores das bebidas falsificadas.

Dias desses tive o prazer de participar do evento “Amazon drinks”, que aconteceu aqui em Macapá no Restaurante Dom Garcia, e de conhecer pessoalmente o mixologista Maurício Lobo, um gaúcho que acaba de chegar aqui no Estado do Amapá, cuja trajetória e evolução representa bem essa nova profissão.





Agora deixa eu contar a história do Maurício pra vocês…
Ele é de Porto Alegre e começou trabalhando como copeiro em bares pequenos e depois foi pra cozinha, onde atuou como auxiliar e pizzaiolo, tendo montado, inclusive, uma pequena casa de massas na cidade de Pelotas. Posteriormente foi morar novamente na capital gaúcha, onde trabalhou em alguns bares e casas noturnas da capital e passou a se interessar pela coquetelaria e a se dedicar a essa profissão.

Fez curso na IBA (International Bartender Association), em Londres, e quando voltou foi convidado pela Associação Brasileira de Bartenders-ABB a montar a Associação Gaúcha de Bartenders-AGB e a ministrar aulas. Como professor, ajudou a formar 279 bartenders profissionais. Participou de campeonatos de coquetelaria, tendo vencido alguns e sido jurado no realizado no ano de 2013.

Maurício Lobo já criou diversas cartas de drinks para bares gaúchos, como o Opinião Teatro Bar de Porto Alegre (pioneiro desse tipo na cidade), e muitos outros pela capital e interior do Rio Grande do Sul (Parafernália, Cabo Horn, In Sano, Vineria 1976 e Baha Resto Lounge). Atualmente, com todo o know how que tem, faz eventos e participações em restaurantes e casas noturnas e também presta consultoria e treinamento na área.


Gente, que delícia foi fazer esse post e falar dessa que é uma verdadeira tendência gastronômica do momento, já que restaurantes e bares por aí não param de investir nesse setor!
Pra fechar o assunto, aprendendo ainda mais com o Maurício, ele nos presenteia com duas receitas de drinks pra você fazer em casa: o Negroni, um clássico dos coquetéis italianos, feito há décadas, e o Tucuju, um drink criado por ele, bem contemporâneo e regional, que é feito com cachaça de jambu.
RECEITAS DE DRINKS POR MAURÍCIO LOBO
NegroniPara fazer o Negroni clássico: em um copo de whisky (tipo on the rock’s), colocar 5 pedras de gelo. Depois adicionar 40 ml de Campari, 40 ml de gin e 40 ml de Vermuth Rosso. Decorar com fatia de laranja dentro do copo.Para fazer o Negroni Splash: trocar o recipiente pela taça de vinho branco e adicionar espumante Brut, mexendo levemente.
TucujuIngredientes:Castanha do Pará triturada na faca,Açúcar,Curaçau Blue,Cachaça de Jambu Meu Garoto.Modo de fazer: utilizar uma taça (tipo Dry Martini) previamente gelada e encrostada com a castanha do Pará. Na coqueteleira, colocar 70 ml de cachaça de Jambu Meu garoto, adicionar três pedras de gelo, bater bem, coar com coador de coquetelaria e mais um coador fino para a taça. Depois colocar 25 ml de Curaçau Blue, com cuidado para que fique no fundo da taça.

Fone: 51-9374-2220
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